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EU SOU JACARÉ POIÔ

EU SOU, EU SOU, EU SOU
EU SOU JACARÉ POIÔ

EU SOU, EU SOU, EU SOU
EU SOU JACARÉ POIÔ

SACODE O RABO JACARÉ
SACODE O RABO JACARÉ
EU SOU JACARÉ POIÔ

SACODE O RABO JACARÉ
SACODE O RABO JACARÉ
EU SOU JACARÉ POIÔ


UM JACARÉ NORDESTINO
A criançada gargalha quando ouve os primeiros versos desta canção, mas são os adultos que se esbaldam na dança. Ela faz parte de um folguedo chamado cacuriá, uma dança do folclore nordestino, mais precisamente de São Luís do Maranhão. Trata-se de uma folia de raízes africanas com ritmo e compasso semelhantes ao do coco de praia. As quadrinhas musicais que animam o cacuriá, na maioria das vezes falam dos animais que contribuem para a sobrevivência de homens e mulheres de outros que lhes atormentam a vida: São formigas, gaviões, jabutis, caranguejos, peixes, siris, jacarés, etc. A maioria das canções que faz parte deste folguedo não possui registro de autoria, mas em São Luís uma senhora chamada Dona Teté é responsável, pelo melhor terreiro de cacuriá do Maranhão e por inúmeras quadrinhas que animam este interessante folguedo.



O JOGO INTERADOR
Brincando com balões infláveis, podemos chegar ao cacuriá. Para esta atividade tenha à mão: balões infláveis de látex utilizados em aniversários, barbantes e um aparelho reprodutor de fita ou CD, onde serão tocadas músicas variadas (samba, baião, marcha, frevo, etc.). De início os participantes devem explorar os balões da forma mais livre possível (as cores, a textura, os sons produzidos, o peso, a forma). O aparelho de som deve estar sempre ligado, a princípio com uma música de compasso mais lento o qual deverá ser acelerado à medida que o jogo for se desenvolvendo.

No ritmo da música, formam-se duplas com o balão às costas e o desafio é levá-los a dar uma volta completa sem deixar o balão cair. Depois, em grupos de quatro meninos todos juntos, frente a frente com um balão no chão entre os pés dos meninos. Todos deverão fazer esforços para que o balão suba até suas cabeças sem o uso das mãos. E para terminar a festa promova um baile para as crianças. Mas primeiro peça-lhes que amarrem os balões às pernas, para que a brincadeira fique bem animada.

Esta atividade terminava por aqui até o dia em que aprendemos o cacuriá de D. Teté e passamos a nos utilizar da visceralidade de seu batuque para o fechamento dos trabalhos com uma grande roda. Um atrás do outro, alternando-se homens e mulheres, na prática de um movimento circular parecido com o samba. A roda não para de movimentar-se seguindo o sentido dos ponteiros dos relógios. Os homens mais discretos e as mulheres mais salientes requebram os quadris, com o pé direito equilibrado nas pontas dos dedos, deixando o balanço corporal exigido pelo samba mais parecido com os movimentos do candomblé. Quando a música atinge o refrão Sacode o Rabo Jacaré, todos de costas para o público e olhando para o centro da roda executam os movimentos sugeridos pelo jocoso refrão. Esta é uma forma simplificada para que todos possam participar. Para estudos mais aprofundados é interessante consultar as informações que já existem na rede mundial de computadores ou aproveitar as férias para um bom passeio de pesquisa à terra maranhense que também exibe as belas fachadas de azulejos que vieram de Portugal nos séculos XVII e XVIII.

Caso a escola tenha uns tambores guardados é hora de liberá-los para que as crianças tenham a noção exata do prazer que emerge desta dança.

UMA ATIVIDADE PLÁSTICA
O cacuriá, ao contrário de uma boa parcela das canções que utilizamos neste trabalho, é nome de um folguedo completo. A dança, a roda, e a festa com todos os seus complementos: as roupas, os instrumentos musicais, a culinária e a marcante presença feminina algo que nos faz lembrar de outro folguedo maranhense chamado tambor-de-crioula. Mas para marcar as diferenças, é interessante que as atividades plásticas sejam extraídas do próprio folguedo e de sua semiologia: dos estandartes, das vestimentas, dos adereços que emolduram os trajes da festa.

Para os mais novos, é sempre interessante que a atividade plástica comece por algo menos comprometido com o desenrolar da ação ou do projeto que estamos construindo. Uma caixa de giz colorido pode ser interessante para a elaboração de formas simples sobre o chão cimentado. Giz colorido sobre piso liso ou semi-áspero. Esta atividade segue o princípio dos jogos de amarelinha. Trata-se da realização de exercícios estimuladores que objetivam a criação de novas opções para jogos de terreiro, mas que podem também funcionar como exercício para elaboração de novas formas geométricas figurativas ou abstratas.


Em seguida, já tendo lhes apresentado as formas estruturalistas dos desenhos primitivos, deite no chão os panos nos quais serão pintados os estandartes do grupo. Da mesma forma podemos pensar em outros folguedos: os blocos de carnaval, as rodas de jongo, de samba de roda e muitos outros.

Para atividades desta natureza é bom tem à mão: Giz colorido em abundância, lápis-de-cor, papéis grandes e pequenos, bastões de cera redondos e quadrados e para os trabalhos com pano (saias, lenços, bandeirolas e estandartes), todos os paramentos usados pelas costureiras, portanto uma atividade liberada apenas para os mais velhos. Desenhem, rabisquem, componham, costurem, pulem, dancem, cantem, exponham e não se esqueçam de marcar o dia para a festa. Não se esqueçam também das comidas que, a princípio, podem ser as mesmas que degustamos durante os festejos juninos.